RESUMOINTRODUÇÃO: Contraceptivos orais são pílulas constituídas de hormônios sintéticos na forma combinada ou isolada, utilizados na prevenção de uma gestação não planejada entre outras finalidades clínicas. Agem inibindo a ovulação através da supressão da secreção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) no hipotálamo e, consequentemente, do hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) na adeno-hipófise. Esta inibição resulta na inibição do desenvolvimento folicular e da ovulação. Antibióticos, por sua vez, são substâncias produzidas por microrganismos que agem destruindo ou inibindo o crescimento de outros. Ambos os medicamentos apresentam importante risco de interação medicamentosa quando utilizados concomitantemente, o que pode levar à redução da concentração plasmática e consequentemente redução ou perda da eficácia do contraceptivo oral. Sendo assim, é de suma importância o conhecimento de acadêmicas da área da saúde acerca do assunto abordado, uma vez que além de futuras profissionais dessa área, muitas delas utilizam essa combinação em algum momento de suas vidas, frequentemente, sem prescrição médica ou orientação necessária. OBJETIVOS: identificar e descrever o nível de conhecimento de acadêmicas da área da saúde acerca das interações medicamentosas de anticoncepcionais orais com antibióticos, enfatizando a importância do embasamento farmacológico dos futuros profissionais de saúde, inclusive futuros farmacêuticos, na melhoria da eficácia deste método contraceptivo. METODOLOGIA: para isso, foi empregado como instrumento de coleta um questionário aplicado a alunas dos cursos da saúde da Faculdade Santa Maria, localizada em Cajazeiras, Paraíba. RESULTADOS: 43% das inquiridas afirmaram utilizar pílula anticoncepcional, sendo em sua maioria solteiras (73%). O uso mais prevalente foi de anticoncepcional oral combinado (ACO) de baixa dose com 56%. Das usuárias de pílula 81% afirmaram ter buscado orientação; e 36% mencionaram ter sido orientada quando utilizando a combinação dos dois fármacos. A orientação que prevaleceu foi do profissional médico (53%). Das estudantes entrevistadas 73% referiram conhecer sobre interação de anticoncepcional com outro medicamento; 62% responderam ter conhecimento acerca da interação da pílula com antibióticos; 35% responderam conhecer um ou mais antibióticos que interagem com anticoncepcional. CONCLUSÃO: Com o estudo foi possível verificar que a maioria das acadêmicas da área da saúde tem conhecimento acerca da interação abordada, embora um número menor delas evidenciem conhecimento mais específico. Isso é mais relevante porque das acadêmicas usuárias da pílula, a maioria tem preferência por ACO de baixa dose, tornando mais importante a reação. Cientes de que a reação é evitável, os profissionais da saúde, podem recomendar a utilização de outros métodos contraceptivos ou de pílulas com conteúdo mais alto de estrógenos, quando necessário o uso da combinação, pílula anticoncepcional e antibiótico.