LITERATURA E HISTÓRIA SÃO ASPECTOS INDISSOCIÁVEIS EM MUITAS NARRATIVAS, ESSA RELAÇÃO TEM SIDO CADA VEZ MAIS PRESENTE E NOS EVIDENCIA O POTENCIAL QUE A FICÇÃO POSSUI DE CONSTRUIR NOVOS SABERES RELATIVOS AO PASSADO DE UM POVO, NORMALMENTE REVELADO ATRAVÉS DAS MEMÓRIAS. NESSE SENTIDO, EM MUITOS CASOS PERCEBEMOS NAS NARRATIVAS, A PRESENÇA DE PERSONAGENS MAIS VELHOS, O QUE RETOMA A IDEIA DA ANCESTRALIDADE E PERMITE QUE A HISTÓRIA PERMANEÇA VIVA, SENDO CONTADA (DE UMA NOVA FORMA) ÀS NOVAS GERAÇÕES. EMBORA APARENTEMENTE AS FORMAS DE DIZER DA HISTÓRIA E DA LITERATURA SEJAM DISTINTAS, AMBAS REPRESENTAM A EXPERIÊNCIA E A VIDA HUMANA. PORTANTO, O PRESENTE ARTIGO OBJETIVA TECER CONSIDERAÇÕES SOBRE ASPECTOS DA HISTÓRIA AGRÁRIA E ESCRAVAGISTA DO INTERIOR DO SERTÃO BRASILEIRO, ATRAVÉS DA LEITURA DO ROMANCE TORTO ARADO, DE ITAMAR VIEIRA JUNIOR. ASSIM, FALAS E MEMÓRIAS DAS PERSONAGENS SÃO ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA QUE ATRAVÉS DA NARRATIVA, POSSAMOS EVIDENCIAR TAIS ASPECTOS REFERENTES AO NOSSO PASSADO. A METODOLOGIA UTILIZADA PARA A CONSTRUÇÃO DO TRABALHO TEM ABORDAGEM QUALITATIVA E QUANTO AOS PROCEDIMENTOS, É BIBLIOGRÁFICA. CONSISTE NUMA ANÁLISE TEÓRICO-CRITICA SOBRE A OBRA. ENTRE AS QUESTÕES QUE A LEITURA EVIDENCIOU, PERCEBEU-SE QUE O ROMANCE DE VIEIRA JUNIOR É CONSTRUÍDO DE TAL MANEIRA QUE EM NENHUM MOMENTO DO TEXTO O LEITOR É CAPAZ DE IDENTIFICAR AO CERTO O TEMPO EM QUE A NARRATIVA ACONTECE. POR SUA VEZ, ESSA OMISSÃO CERTAMENTE PROPOSITAL, PARECE TER RELAÇÃO COM A ATUALIDADE DAS DISCUSSÕES QUE A OBRA LEVANTA, LEVANDO O LEITOR A REFLETIR SOBRE QUESTÕES MUITO CARAS AO POVO BRASILEIRO E À EXISTÊNCIA HUMANA. É A FICÇÃO BEBENDO NA FONTE DA HISTÓRIA.