INTRODUÇÃO: A IMUNIZAÇÃO É UM COMPONENTE ESSENCIAL DO DIREITO HUMANO À SAÚDE, RECONHECIDA MUNDIALMENTE COMO UMA DAS INTERVENÇÕES MAIS EFETIVAS DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS E NA REDUÇÃO DE MORTALIDADE. O SUCESSO DE UM PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO DEPENDE TAMBÉM DE OFERTA E SUPRIMENTO ADEQUADO DE VACINAS. OBJETIVO: ANALISAR A PERDA DE VACINAS DE FRASCOS MULTIDOSE E MONODOSE NA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL, NO PERÍODO DE 2015 A 2017. MÉTODOS: ESTUDO RETROSPECTIVO, DESCRITIVO REALIZADO A PARTIR DE DADOS SECUNDÁRIOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES E DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE INSUMOS ESTRATÉGICOS. PARA OS CÁLCULOS DE UTILIZAÇÃO E PERDA DE DOSES CONSIDEROU-SE AS FÓRMULAS SUGERIDAS PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). OS RESULTADOS FORAM APRESENTADOS EM INTERVALOS DE CONFIANÇA DE 95%. RESULTADOS: FORAM ESTUDADAS NOVE VACINAS, SENDO CINCO COM APRESENTAÇÃO MULTIDOSE, TRÊS MONODOSE E UMA COM AMBAS AS APRESENTAÇÕES. A TAXA MÉDIA DE PERDA FOI DE 45,8% (IC95% 39,5-51,7) E A DE UTILIZAÇÃO 54,2% (IC95% 48,3-60,5). AS VACINAS COM MAIOR PERDA FORAM A TRÍPLICE VIRAL (68,8%; IC95% 66,5-71,1), BCG (68,1%; IC95% 65,4-70,7), HEPATITE B (56,4%; IC95% 53-59,7) E FEBRE AMARELA (55,9%; IC95% 51,4-60,4). QUANTO A APRESENTAÇÃO DO FRASCO, PARA AS MULTIDOSES A PERDA FOI DE 56,7%, PARA MONODOSE 29,1%. REPRESENTANDO O DESPERDÍCIO DE 2.886.039 DOSES, APROXIMADAMENTE R$ 10,5 MILHÕES NO TRIÊNIO, MÉDIA ANUAL DE R$ 3,4 MILHÕES. PARA AS VACINAS MULTIDOSE A PERDA ANUAL FOI QUATRO VEZES MAIOR QUE O ACEITÁVEL PELA OMS, JÁ PARA AS MONODOSE FOI VINTE VEZES MAIOR. CONCLUSÃO: AS TAXAS DE PERDA EXCEDERAM O LIMITE ACEITÁVEL DA OMS PARA TODAS AS VACINAS ANALISADAS. A PERDA SEM MONITORAMENTO PODE LEVAR A PRODUÇÃO E AQUISIÇÃO INSUFICIENTE DE VACINAS, ASSIM O DESABASTECIMENTO PODE IMPACTAR NA COBERTURA VACINAL. RECOMENDA-SE A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS QUE IDENTIFIQUEM AS CAUSAS DESSAS PERDAS ESPECIALMENTE EM MONODOSES.