O presente estudo refere-se ao caso de um adolescente de 14 anos, estudante do sexto ano do ensino fundamental, que se encontra em acolhimento institucional no estado da Paraíba. O mesmo está em situação de risco e sofre preconceito e discriminação no contexto escolar por ter a orientação sexual definida pela homossexualidade. Para elaboração desse trabalho efetuou-se uma pesquisa qualitativa, com entrevista semi-estruturada embasada pela teoria psicanalítica, objetivando o acesso às questões subjetivas do adolescente e de sua professora. A análise dos dados, nesse caso, privilegia os significantes que se repetem no discurso do sujeito. A Psicanálise apresenta como objeto de estudo o discurso, a fala. Escuta além da ordem do observável e considera os aspectos subjetivos, os contextos e as condições de produção do discurso, bem como concede a singularidade ao sujeito. Nos resultados deste estudo o adolescente apresenta em seu discurso que a escola é um lugar que não gosta de ir e que tem inimigos. No discurso da professora aparece o adolescente na escola como motivo de piadas e que este deveria assumir uma posição passiva frente aos insultos. A professora relata que o adolescente apresenta um déficit de aprendizagem e que como ele não produz nada na escola, ela nada pode fazer por ele. A partir destes resultados observa-se uma clara violação, no contexto escolar, do lugar desse adolescente enquanto sujeito, reforçando o preconceito e não promovendo o direito a diversidade sexual e o acesso ao conhecimento formal que possibilite a participação desse sujeito enquanto cidadão. Neste sentido, estão em jogo relações de poder e ampliação ou violação de possibilidades sociais para os sujeitos que participam da escola.