A educação escolar brasileira perpassa por um cenário de várias mudanças curriculares, buscando a estruturação do seu ensino. Quando nos referimos a questão étnico-racial dentro dessa educação, ainda encontramos barreiras, principalmente no campo epistemológico, para ofertar uma educação pautada em uma sociedade multicultural e pluriétnica. Assim, o objetivo desse artigo é apresentar a lei 11.645/08 como uma política que proporciona um caminho e/ou direcionamento para construir, através da educação, uma sociedade mais igualitária, combatendo as diferentes formas de opressão. Para tal feito, no primeiro momento se faz um percurso histórico do cenário educacional no Brasil, destacando as reformas educacionais que ocorreram, após isso, abordamos a questão racial no Brasil, a discussão em torno da lei e a tentativa de apresentar a construção de uma ruptura na construção do conhecimento europeu, pautado através de autores e autoras negras (SOUZA, 1983; MUNANGA, 2015; BICUDO, 2010; NASCIMENTO, 1978; GOMES, 2012; RAMOS, 1996) que proporcionam outros olhares sobre a produção do conhecimento. É inegável que a construção da cultura nacional contribuiu para um cenário de tentativa de invisibilização e de silenciamento das vozes negras, mas é imprescindível notar como essas vozes ecoam e resistem. Dessa forma, o artigo busca um debate inicial sobre a discussão étnico-racial no contexto educacional brasileiro com a pretensão de romper saberes eurocêntricos, buscando ofertar novos olhares que existem e (re)existem.