Este artigo, se constitui como recorte de uma experiência formativa ampla com professoras em exercício, em que contou com cinco diferentes momentos formativos: 1) estudo, reflexão e problematização no âmbito da Universidade; 2) imersão no cotidiano da modalidade para compreender o contexto inserido, os sujeitos e seus processos; 3) entrevista com diferentes sujeitos imersos que vivenciam cotidianamente a materialidade da EJAI no contexto do município; 4) construção de proposta de intervenção em diálogo com a coordenação da Universidade e da escola básica e 5) intervenção com as turmas do nível I da modalidade em pauta. Nesse trabalho, o terceiro momento formativo é foco da nossa atenção, cujo objetivo pauta-se em compreender, sob a perspectiva de diferentes sujeitos, os desafios e as possibilidades enfrentadas no processo de alfabetização de jovens, adultos e idosos em um município do interior da Bahia. O aporte teórico utilizado baseia-se, sobretudo, nas contribuições de Paulo Freire (1997, 1999, 1989,1992, 2001), Brandão (2018), Arroyo (2017), Andrade e Estrela (2019), Moura (2016), Santos (2011), Souza (2019), dentre outros. No âmbito metodológico, trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com produção de dados por meio de entrevista semiestruturada. Os resultados da pesquisa apontam que os desafios da modalidade são os mais diversos, principalmente em um momento de retrocesso, de negação da vida e de não valorização a educação, sobretudo a modalidade em tela com insuficiência de políticas públicas efetivas que garantam a alfabetização de milhares de pessoas maiores de 15 anos. Além disso, os dados revelam desafios específicos no que se referem as questões de acesso e processos metodológicos, como também apontam as possibilidades criadas pelo coletivo que acredita na educação da classe trabalhadora e busca contribuir com a formação das pessoas não alfabetizadas ou pouco escolarizadas, ofertando o melhor, dentro das limitações existentes.