OLIVEIRA, Joana Paula Dos Santos Gomes De. . Anais VIII CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/90618>. Acesso em: 22/11/2024 14:08
O presente texto é um recorte da pesquisa de mestrado defendida no ano de 2021. Traz reflexões acerca do meu trabalho pedagógico com foco no diálogo com as crianças como possibilidade de produzir uma prática antirracista. A pesquisa de mestrado nasce de interrogações que emergem dos encontros entre a professora pesquisadora e as crianças, com idade entre três e quatro anos matriculadas em um Núcleo Avançado de Educação Infantil pertencente à rede municipal de Niterói- Rio de Janeiro. No processo de investigação a invisibilidade e silenciamento da negritude, do ser negro das crianças das classes populares no processo de escolarização se delineou como problema da pesquisa. Como fontes de estudo e problematização da própria prática foram utilizadas as informações contidas nos cadernos de registros do seu fazer, nos relatos de momentos vivenciados com as crianças. Neste trabalho, busca a fala de uma menina negra “sou igual a pretinha da história!” para tecer reflexões que indicam o quanto o trabalho com a literatura infantil pode contribuir com a valorização da identidade da criança negra. O exercício investigativo foi delineado metodologicamente como uma pesquisa com o cotidiano. O diálogo e a escuta são procedimentos que potencializam suas reflexões tecidas por meio da escrevivência como forma de estilhaçar as máscaras brancas e ecoar as vozes historicamente subalternizadas. A pesquisadora aposta no paradigma indiciário para captar pistas, sinais e indícios presentes nas vozes, nos gestos e silêncios das crianças. As escrevivências da professora visibilizam práticas pedagógicas antirracistas como possibilidade de sair do lugar da dor para o lugar da potência, tal como, estratégias de resistência ao silenciamento e invisibilidade por meio da vida e alegria presentes no corpo negro.