As escolas do campo têm um ensino diferente da escola regular pois entendem e abordam o território, a cultura, os costumes, o modo de produção e cultivo com a terra de forma fiel e comprometida. É entendida ainda como um espaço de formação política e social dos sujeitos, socializando saberes acumulados, seus processos de transformação e produção, bem como de aquisição e construção de novos aprendizados. Investigar como a temática da Caatinga tem sido apresentada pela Escola Família Agrícola Dom Fragoso/EFA e quais as práticas de contextualização têm sido desenvolvidas com os estudantes é o objetivo deste estudo. O trabalho foi realizado a partir dos pressupostos da pesquisa qualitativa, com o emprego da técnica de entrevistas pela plataforma google meet. Foram entrevistados 04 professores das áreas de geografia e biologia que atuam também na área técnica/agrícola. A pesquisa revelou que a EFA dentro das suas práticas, mas também do seu pensar-refletir, encontra alternativas de produzir um outro discurso possível sobre a caatinga. A ferramenta pedagógica utilizada para isso é o Plano de Estudos, documento que instrumentaliza a reflexão e as práticas de formação ampliada e renovada sobre as possibilidades de convivência com o semiárido, construído pelo tripé que sustenta e fundamenta a ação pedagógica e política da escola: família, comunidade e escola. Nos componentes curriculares do ensino de geografia, biologia e da área técnico/agrícola os monitores buscam modificar/desconstruir a relação entre caatinga e lugar de pobreza, escassez, sem vida, sem produção, o não lugar. Mais do que apresentar novos sentidos/significados aos educandos sobre a caatinga, as práticas da EFA e do trabalho dos monitores anunciam a possibilidade de invenção de outro discurso e de uma nova realidade sobre a caatinga.