O presente trabalho socializa uma pesquisa em andamento que está sendo desenvolvida no Mestrado em Educação: processos formativos e desigualdades sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro vinculada ao grupo de pesquisa Alfabetização, Memória, Formação Docente e Relações Étnico-Raciais (ALMEFRE). A partir da questão inicial: Como me tornei professora? A pesquisa busca pensar a formação da professora nas/das classes populares em diferentes espaçostempos e campos de atuação: trabalho comunitário, alfabetização, EJA, ensino fundamental, sala de leitura, orientação pedagógica e gestão escolar. Em interlocução com os estudos de Freire (1996) que defende que “não há ensino sem pesquisa” e que “o ato pedagógico é um compromisso político”, a investigação de cunho qualitativo e narrativa, resgatou acontecimentos e memórias da trajetória de vida/docência da pesquisadora, atravessadas pelas histórias de duas favelas situadas no Estado do Rio de Janeiro: a favela de Nova Holanda, uma das dezesseis favelas que compõe o bairro da Maré, localizada na região da Leopoldina, Zona Norte do Rio de Janeiro e a favela do Pombal no município de São Gonçalo, região periférica do Estado do Rio de Janeiro. Lugares distintos em que se entrecruzam diferentes histórias da educação das classes populares que nos convidam a problematizar o caráter de resistência da cultura popular por meio do samba, do futebol, do teatro, dos movimentos sociais em diálogo com a escola e a vida das/nas classes populares brasileiras no Rio de Janeiro. Até o presente momento, a pesquisa vem mostrando os atravessamentos da cultura periférica nos processos formativos de professores/as e estudantes, entendendo esses espaços e os sujeitos que ali residem e atuam como agentes importantes na produção de um conhecimento emancipatório e comprometido com a transformação da sociedade. Palavras-chave: Histórias, Memórias, Formação Docente, Cotidiano Escolar e Classes Populares