Governos, instituições de ensino, professores, alunos e responsáveis têm feito um esforço paralelo para minimizar as consequências do isolamento social imposto pela pandemia de COVID-19, que afetou drasticamente as práticas de ensino. A tecnologia foi fundamental para auxiliar o trabalho dos professores no "novo normal", mas ainda é vista como uma ferramenta controversa, na medida em que pode se tornar um fator excludente — quando, por exemplo, nem todos os alunos possuem condições financeiras para usufruir dela, ou quando lhes falta o letramento digital. Muito conteúdo está disponível na internet, para aprender os mais variados assuntos, mas nem tudo é de qualidade e, assim como as informações que rapidamente circulam em redes sociais, nem tudo está correto ou corresponde à realidade. Para o professor de língua estrangeira, parece que a internet "abriu as janelas para o mundo", de forma que é possível ver vídeos, programas de TV, ler textos de jornal, ouvir podcasts, tudo em língua estrangeira, muitas vezes em tempo real. Também os materiais didáticos se tornaram mais acessíveis graças à internet e a cada dia mais e mais são produzidos e disponibilizados. Tanta oferta leva a outro problema: como selecionar os materiais, de acordo com o nível, os objetivos, o público-alvo? Como atentar para o que é protegido por direito autoral? Como encontrar os recursos que melhor auxiliem o professor em seu trabalho diário? Há várias plataformas de recursos educacionais abertos (REA), mas contraditoriamente ainda assim às vezes é difícil encontrar materiais, especialmente em se tratando de línguas menos estudadas. Este trabalho apresenta as possibilidades da plataforma MERLOT (Multimedia Educational Resource for Learning and Online Teaching) e discorre sobre suas vantagens e deficiências. A plataforma possui algumas singularidades, como a seleção de materiais com revisão por pares, o que lhe confere grande credibilidade.