Esta comunicação apresentará referenciais teóricos literários que ofereçam novos vieses à pesquisa de doutorado em Literatura e Interculturalidade que tem como personagens a judia francesa Simone Weil (1909-1943) e a judia holandesa Etty Hillseum (1914-1943). Ambas escreveram, durante suas curtas vidas, cartas e diários que vem sendo ao longo do final do século XX e início do XXI, estudados em programas de pós-graduação e publicados em seus países de origem e também no Brasil. Partiremos da contextualização do gênero narrativo (carta/diário), que traz consigo um forte caráter memorialístico, bem como toda a subjetividade característica da “escrita de si” e da literatura testemunhal. Serão aporte teórico Foucault (1996) e a escrita autobiográfica; sobre as questões que envolvem a escrita de mulheres dialogaremos com Bingemer (2004, 2011) e nas discussões que envolvem a escrita de si e as subjetividades com Rago (2014). Com Gagnebin (2006) e Seligmann-Silva (2010) discutiremos a literatura testemunhal e a consequente construção da memória. Em um segundo momento, desenvolveremos nossa escrita apresentando o conceito de “espaço diaspórico literário” (BRAGA, 2014, 2019), o aproximando de Weil e Hillesum a partir da tríade que sustenta a teoria da diáspora: exílio, sofrimento e redenção (KENNY, 2013).