A história da educação brasileira apresenta os processos de avanços e retrocessos em relação à garantia de educação pública e gratuita de qualidade. Percebe-se que as conquistas no campo educacional são marcadas por lutas e resistências, pois referir-se à educação pública no Brasil significa uma ação constante em busca da concretização da qualidade educacional. Neste artigo abordamos o quanto a desigualdade social, que faz parte do cotidiano da maioria dos educandos da escola pública, desdobra-se nas salas de aulas. No Brasil, tais desigualdades ficaram ainda mais evidentes durante a pandemia de COVID-19, em que as aulas remotas foram possíveis para uma parcela dos estudantes, enquanto outros buscaram formas alternativas para continuar os estudos, isto é, deslocando-se a escola para buscar as atividades impressas, compartilhando o único recurso digital disponível com outras pessoas de casa, por vezes não podendo acompanhar as aulas. Essa realidade alargou o abismo entre as classes populares e o direito à educação. A partir dos diálogos e textos estudados no componente curricular “Educação brasileira”, ministrado no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), da Universidade Federal da Paraíba, surgiu o interesse em tratar dessa temática. A metodologia utilizada consiste em uma pesquisa de cunho bibliográfico, tendo como referencial teórico os seguintes autores: Libâneo (2006), Gadotti (2010), Perrenoud (2000). Também apresentamos o documentário “Nunca me sonharam”, direção de Cacau Rhoden, o qual expõe os desafios do acesso e permanência dos estudantes em uma escola pública no Brasil e as expectativas dos próprios educandos sobre o processo educacional. Assim, a gestão democrática, a aproximação da escola com a comunidade local, a participação ativa dos educandos na escola, a reivindicação ao poder público de investimentos educacionais e a elaboração e efetivação de políticas públicas sociais são possibilidades de enfrentamento às problemáticas ocasionadas pelas desigualdades tão presentes no contexto escolar.