O livro didático de Língua Portuguesa (LDLP) adquire relevância nas salas de aula por facilitar e direcionar o trabalho pedagógico do professor. Contudo, em plena era tecnológica, por constituir-se em um suporte impresso, oferece propostas limitadas para os gêneros digitais. Assim, tal estudo surge da necessidade de analisar como o gênero emergente vlog de opinião é apresentado no exemplar do 9º ano da coleção Geração Alpha Língua Portuguesa, da Editora SM, visto que é uma coleção comum na esfera pública e privada, oferecida pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em 2020. Para tanto, avalia-se se os parâmetros estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC – (2018) são respeitados e aplicados em sua plenitude e, então, propõe-se um trabalho complementar baseado nas contribuições de Rojo e Barbosa (2015), com o intuito de fortalecer a apreensão dos multiletramentos. Assim, o estudo apresenta natureza descritiva, comparativa e propositiva, com abordagem qualitativa (GIL, 2002) alicerçado em material de referencial bibliográfico, referendado pelos estudos de Andrade Filho (2016), Antunes (2003), Marcuschi (2002; 2008; 2010), Rojo (2005; 2012), Travaglia (2011; 2019) e Dionísio (2014). Metodologicamente, a pesquisa desenvolveu-se em três partes: na primeira, caracterizou-se a concepção teórico-metodológica da obra; na segunda, compara-se a proposta do LDLP à BNCC; e, por último, sugere-se uma sequência de atividades complementar com o gênero. Logo, compreende-se que, apesar de haver uma preocupação com a inserção de gêneros emergentes no LDLP, em atendimento às especificações da BNCC, observam-se entraves de ordem estrutural e temporal, exigindo um trabalho complementar que dependerá de uma visão ampliada do professor, ou seja, de uma formação sólida e continuada, bem como esbarra em problemas estruturais, resultando na carência de iniciativas inovadoras na escola, razão pela qual persistem muitas lacunas no letramento dos sujeitos, comprometendo o exercício da cidadania.