O livro didático é uma ferramenta muito utilizada nos cotidianos das salas de aula da Educação Básica. No período de 2011 a 2019 desenvolvi juntamente com minhas orientandas de iniciação científica diversas pesquisas com livros didáticos (LD) que resultaram em descobertas que promoveram a integração entre ensino, pesquisa e extensão. No presente artigo irei abordar sobre essas experiências que enriqueceram minha prática, os desafios encontrados na trajetória desenvolvida e as perspectivas que a temática étnico-racial propõe tanto para a formação docente como para revisão dos conteúdos propostos nos LD. A metodologia de pesquisa é bibliográfica e documental, de natureza qualitativa e descritiva. A análise dos dados foi a partir da análise de conteúdo qualitativa que permitiu adentrar tanto nos textos e atividades, como imagens presentes nos LD estudados. Ao longo da pesquisa sobre os LD foram identificadas as seguintes categorias: diversidade cultural, a invisibilidade dos povos indígenas ao longo da história do Brasil, identidade e protagonismo negro, África, tráfico, trabalho escravo, resistência negra, movimento abolicionista, abolição, pós-abolição e cultura afro-brasileira. Pelo que foi relatado nos vários momentos da pesquisa se constatou lacunas significativas no LD. Observou-se que é urgente um trabalho de formação continuada de professoras/es sobre essas temáticas a partir do olhar do povo negro e indígena. Outra constatação foi sobre a formação no Curso de Pedagogia, as alunas que se envolveram na pesquisa e no curso de extensão tiveram uma formação complementar sobre as temáticas desenvolvidas no estudo, mas as demais estudantes não tiveram essa oportunidade, pois ao longo do curso é muito superficial o que é tratado sobre a temática. Outra preocupação é o envolvimento de mais professoras/es do curso com essa temática que é transversal no currículo. Foram muitas aprendizagens e descobertas dinamizando o ensino e provocando o desenvolvimento crítico de estudantes, docentes e pesquisadoras.