A educação é palco de disputas e contradições, visto que pode trazer à classe trabalhadora a possibilidade crítica na perspectiva da emancipação política e humana, ou submetê-la à lógica hegemônica neoliberal, que impõe a meritocracia e a responsabilização individual como único projeto societário possível. Na pandemia de COVID-19, essas disputas se acirraram ainda mais. Por um lado, presenciamos um esforço coletivo pela garantia do direito à educação; por outro a implementação de políticas públicas de modo verticalizado. Esta é uma síntese provisória dos impactos para a educação básica, a partir das significações de professores de uma escola pública municipal de São Paulo. Parte de uma pesquisa em andamento, aprovada no edital nº 12/2021 da CAPES, o objetivo geral é conhecer e intervir na realidade escolar impactada pelos desafios sociais e educacionais que surgiram no período pandêmico e pós pandêmico. Buscando compreender a realidade para além da aparência, na perspectiva da transformação social, partimos dos pressupostos e categorias do Materialismo Histórico-dialético e da Psicologia Sócio-histórica para produzir as informações, com a modalidade da Pesquisa-Trans-Formação, provocando novas significações e possibilidades de atuação junto aos docentes, enquanto buscamos compreender e explicar o fenômeno social estudado. Foram analisados dois encontros realizados com professores do 7º ano por meio dos Núcleos de Significação, procedimento coerente com a base teórico-metodológica. Entendemos que, apesar da limitação das medidas oficiais impostas às equipes escolares, os professores buscaram criar coletivamente estratégias para enfrentar os desafios sociais e educacionais que surgiram nesse período e no retorno às atividades presenciais.