Este artigo aborda o tema das provas (ou testes) de habilidades específicas (PHE), as quais eram recorrentemente aplicadas para candidatos aos cursos que exigiam determinadas aptidões físicas ou habilidades artísticas, tais como Artes Visuais, Cinema, Teatro, Dança, Música, Arquitetura e Urbanismo, Design e Educação Física. Com a implantação do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), essas provas foram proibidas, uma vez que não podem ser oferecidas vagas em cursos que exijam esse tipo de prova. Em decorrência dessa proibição, especialmente durante a pandemia de Covid-19, os cursos abriram mão da aplicação dessas provas para ingressarem no SiSU. Portanto, este artigo é fruto de uma pesquisa que partiu da seguinte questão: quais são as consequências da eliminação das provas de habilidades específicas para o acesso ao ensino superior e para a formação de profissionais nessas áreas do conhecimento? O principal objetivo deste artigo é apresentar uma discussão sobre os impactos do SiSU, entendido como uma política pública de inclusão e democratização do acesso ao ensino superior, apontando fragilidades e potencialidades que emergiram da eliminação das provas de habilidades específicas nos processos seletivos. Metodologicamente, este artigo é fruto de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório. Trata-se de uma pesquisa tanto bibliográfica quanto documental. Para além da revisão de literatura, buscou-se, nos documentos oficiais e em sites informativos, noticiosos e institucionais, compreender os discursos que apontam os prós e os contras da suspensão dessas provas. Ao final, pode-se perceber que, se por um lado, acredita-se que a eliminação das provas de habilidades específicas pode garantir maior democratização no ingresso ao ensino superior, por outro, abre-se uma reflexão sobre a importância do desenvolvimento das diversas habilidades específicas durante a educação básica e evidencia-se a necessidade urgente de um debate mais amplo sobre a aplicação desse tipo de prova.