O objetivo deste trabalho foi documentar a minha experiência pedagógica como coordenadora de uma escola piloto na implantação do Novo Ensino Médio e os impactos deste formato de ensino para o protagonismo jovem e o Ensino de Sociologia. Como o novo Ensino Médio com seus itinerários formativos e a seleção de componentes curriculares dialoga com o projeto de vida dos jovens que cursam o Novo Ensino Médio? Estes jovens têm delineado projetos de vida? A escola propicia espaços para que o protagonismo jovem frente a sua condição juvenil seja desenvolvido? Discuti o conceito de juventude e protagonismo juvenil considerando a condição juvenil dos jovens que estavam cursando o Novo Ensino Médio. A pesquisa foi conduzida em duas etapas: na primeira realizei uma coleta dos documentos da escola e revisitei meu acervo pessoal com os registros da experiência pedagógica vivida por mim até o momento da pesquisa, e na segunda, realizei uma análise dos documentos e das minhas narrativas onde lancei mão da etnografia escolar, da autoetnografia, da análise documental por meio da análise interpretativa. Por meio das análises, os resultados revelaram que a escola é importante no que tange a perspectiva de futuro para os jovens e seus familiares, legitimando assim a relevância da formação escolar para seus projetos de vida, apesar de não ter encontrado dados que indicassem que a escola tenha estratégias para se trabalhar à diversidade juvenil e seus projetos de vida. Conclui-se que a implantação do Novo Ensino Médio ainda é um lugar de incertezas que afetam diretamente aos jovens e seus familiares, que o protagonismo juvenil em consonância com a condição juvenil não é pauta de ação para as práticas pedagógicas e que neste viés a disciplina de sociologia, do modo que é abordada, tem um lugar tímido e sem grandes significados para esta juventude.