O agronegócio é um dos maiores dispositivos brasileiros de estruturação do neoliberalismo. Conflitos ambientais e culturais estão envolvidos nessa problemática e, a sala de aula é um local para desenvolver atitudes mais humanizadas e reflexivas sobre o funcionamento desse sistema. O presente artigo é decorrente de um relato de experiência que surgiu de uma sequência didática elaborada no formato de Júri-Simulado a partir das concepções de Vieira (2014) sobre essa abordagem. A sequência didática foi planejada por residentes do Programa Interdisciplinar de Residência Pedagógica da Universidade Federal de São Carlos em conjunto com a preceptora da Escola Estadual Marivaldo Carlos Degan Professor, situada em São Carlos-SP. A temática das aulas foi baseada no antagonismo entre o agronegócio e os povos originários refletindo sobre os interesses neoliberais e hegemônicos acerca do desmatamento. Como consequência, observamos uma resistência inicial dos estudantes ao formato de Júri-Simulado que rompe com o ensino mecanicista habitual, além disso, questões relacionadas a baixa autoestima, desânimo e diferentes expressões comunicativas e atitudinais foram evidenciadas no decorrer das aulas. Por fim, através de um questionário, baseado na Escala Likert, buscamos compreender as opiniões dos estudantes sobre a eficiência das ferramentas utilizadas para a aprendizagem.