O relato apresenta algumas impressões, reflexões e inquietações sobre a experiência atual como docente orientadora no Programa Residência Pedagógica (PRP), subprojeto de Pedagogia, do Instituto Federal do Paraná, Campus Palmas, no sentido de problematizar os objetivos, a organização, as razões da existência e permanência do PRP. Tais reflexões tem como ponto de partida a experiência vivenciada na docência no Ensino Superior, no curso de Pedagogia, como professora de Estágio Supervisionado, bem como, a coordenação de área no Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID). Observa-se que o PRP, situado na formação inicial, contempla objetivos e organização didático-pedagógica bastante assemelhados aos objetivos e organização dos estágios supervisionados obrigatórios dos cursos de Licenciatura, o que não ocorre em outros formatos de residência profissional, cursados após a graduação. Percebe-se que no PRP há um grande volume de trabalho dedicado ao planejamento e execução da intervenção (regência) e não sobra muito espaço para a leitura, a reflexão e a discussão sobre as relações teórico-práticas inerentes à formação docente. Nesse sentido, os objetivos são problematizar os sentidos do PRP, sua organização, especialmente a elevada carga horária destinada à intervenção (regência) que está prevista no Subprojeto de Pedagogia da instituição na qual atuo (100 horas); além disso, confrontar as atuais políticas e diretrizes norteadoras da formação de professores, expressas na Resolução CNE/CP nº 2, de 20/12/2019 - BNC Formação, que tem como foco a preparação dos docentes para a execução da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na Educação Básica. Nossas reflexões são de cunho analítico-qualitativo, partindo da prática observada na orientação docente do PRP, confrontadas com a bibliografia que discute a temática e a análise documental. Assim, os escritos dialogam com Mazzeu (2011), Lavoura et al. (2020), Silva e Cruz (2018), entre outros. A partir das análises, evidencia-se que o PRP proporciona um espaço-tempo muito rico na formação inicial dos pedagogos, no qual se consolidam grandes e significativas aprendizagens. Contudo, também é possível observar que a organização e atuação dos estudantes ainda está muito voltada às aprendizagens práticas do fazer docente, em detrimento de pouco ou menor envolvimento com as questões teóricas. Verifica-se, assim, uma maior tendência à fragmentação entre a teoria e a prática, à reprodução de uma espécie de “pragmatismo pedagógico” em lugar da experiência e consolidação de uma práxis pedagógica.