Este trabalho apresenta recorte de uma investigação realizada no Programa de Pós-Graduação em Educação – Processos Formativos e Desigualdades Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, cujo objetivo era analisar como o Programa Institucional de Residência Pedagógica (PRP) se insere na materialização da política de formação de professores implementada pelo MEC nos últimos quatro anos. Para essa análise, utilizamos como ferramenta a abordagem do ciclo de políticas públicas (Ball, 1992), por nos permitir explorar a natureza complexa da política. Focamos no contexto da prática, tendo como estudo de caso a implantação do PRP na Universidade Federal Fluminense e na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Ao analisar a execução do PRP nessas duas instituições públicas, pudemos perceber que a política de formação de professores no Brasil tem um caráter fragmentado, sendo historicamente operacionalizada por meio de programas de caráter temporário, caracterizando uma forma de tensionar a universidade no sentido da conformação aos projetos das forças políticas que estão no poder. Nesse sentido, a autonomia universitária é uma garantia fundamental para o desenvolvimento da ciência e da docência, bem como, da democracia.