A polifarmácia entre idosos constitui uma das preocupações da utilização de medicamentos, tendo em vista sua prevalência e as consequências envolvidas, como não adesão ao tratamento. Assim, torna-se pertinente conhecer os fatores associados a polifarmácia para a realização de intervenções que reduzam os riscos para a saúde do idoso. Este trabalho teve como objetivo identificar a prevalência e os fatores associados ao uso de quatro ou mais medicamentos entre indivíduos acima de 60 anos. Foi realizado um estudo transversal, descritivo e analítico, através de entrevistas nos domicílios de 345 idosos atendidos pela Atenção Primaria a Saúde do município de Cuité, PB, durante o período de outubro de 2022 a junho de 2023. Utilizou-se o teste do qui-quadrado para verificar a associação entre polifarmácia e as variáveis sociodemográficas, condições de saúde e uso de medicamentos. A pesquisa foi aprovada pelo Comite de Ética e Pesquisa com seres humanos. A prevalência da polifarmácia foi de 34,2% com média de 3,05 (± 1,94). O uso de 4 ou mais medicamentos apresentou associação significativa positiva ao idoso ter autoavaliação de saúde negativa (RP 2,36; IC 1,25-4,47), diabetes mellitus (RP 3,76; IC 2,18 – 6,47), colesterol alto (RP 2,91; IC 1,72 – 4,92), mais de 2 comorbidades (RP 4,82; IC 2,81 – 8,25), consulta com especialista (RP 3,18; IC 1,89 – 5,35) e internação hospitalar no último ano (RP 2,45; IC 1,22 – 4,91). O autorrelato de hipertensão arterial (RP 0,28; IC 0,18 – 0,45) e ter independência nas atividades de vida diárias (RP 0,42; IC 0,18 – 1,00) apresentaram associação estatística negativa para a polifarmácia. Identificou-se elevada prevalência de idosos polimedicados e diferentes aspectos apresentaram associação relevante com o uso de vários medicamentos. Esses resultados são importantes para o desenvolvimento de ações que busquem promover o uso racional de medicamentos entre os idosos.