O artigo tem como objetivo refletir sobre as políticas educacionais brasileiras que evidenciam o desenvolvimento de competências na Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e as possíveis tensões que envolvem o avanço do neoliberalismo sobre essas políticas. Nesse sentido, reflete-se sobre os impulsionadores, influências e contradições presentes entre uma formação democrática para o mundo do trabalho e uma formação voltada aos anseios do livre mercado. Como na contemporaneidade discute-se com frequência a expansão da EPT, principalmente relacionada ao Novo Ensino Médio (Lei n.13/415/17) e a interação do Ensino Técnico com Programas de Aprendizagem Profissional (Lei n. 14.645/23), considera-se importante analisar sobre os cenários e os interesses presentes nas políticas educacionais que visam, prioritariamente, à formação para o trabalho. Por meio de uma metodologia de análise documental e teórica, em um primeiro momento buscou-se explorar as políticas educacionais brasileiras por meio de análise de documentos legais e as referências teóricas que versam sobre a relação do neoliberalismo e do desenvolvimento de competências na EPT. Para então identificar fontes de dados que possibilitam refletir e problematizar a imbricação entre essas duas temáticas. Como analisado neste texto, nota-se que o discurso neoliberal tende a se reafirmar no campo do desenvolvimento de competências. Dessa maneira, faz-se importante que os (as) profissionais da educação compreendam quais as práticas pedagógicas derivam quando permeadas somente pelo discurso neoliberal e evitem que a EPT se coloque única e exclusivamente a serviço do mercado de trabalho.