No momento em que se discute o “Novo Ensino Médio”, ressalta-se uma proposta pedagógica implantada no Rio Grande do Sul em 2011, tendo em vista sua relevância e atualidade como espaço de construção do conhecimento, especialmente por contemplar aspectos curriculares e pedagógicos reivindicados, hoje, por docentes e discentes. Assim sendo, neste texto objetiva-se analisar, desde a perspectiva da decolonialidade, a proposta pedagógica do Ensino Médio Politécnico, implantada no Rio Grande do Sul em 2011. Em termos metodológicos, este texto resulta de estudos realizados a partir de 2014, com aplicação de questionário a 658 estudantes (que cursaram todo o ensino médio pela referida proposta) e 30 professores (coordenadores do Seminário Integrado), em 30 escolas públicas de ensino médio, uma de cada cidade-sede de Coordenadoria Regional de Educação da Seduc-RS. No tratamento dos dados utilizou-se a técnica de análise temática de Gibbs (2009) em articulação com a análise discursiva de Bakhtin (2003; 2014), abrangendo quatro instâncias educacionais: regulatória, discente, docente e teórica. Quanto aos resultados, os estudos permitiram concluir que: a) a proposta pedagógica do Ensino Médio Politécnico apresenta potencial de educação intercultural decolonizadora; b) o protagonismo juvenil assume centralidade na proposta, sendo percebido nas quatro instâncias; c) há inter-relação entre protagonismo juvenil e educação intercultural decolonizadora; d) prepara o estudante para a compreensão da realidade e atuação crítica na sociedade, buscando a transformação dessa realidade; d) promove a interculturalidade, estratégia para a decolonização da educação. Em efeito, entende-se que a proposta pedagógica do Ensino Médio Politécnico revela potencial para implementação em contexto brasileiro atual.