O presente trabalho traz um relato sobre as atividades de reforço escolar realizadas no âmbito do Projeto Reforço Solidário UFPE. Nesse projeto, discentes de cursos de licenciaturas ministraram aulas para crianças de escolas públicas no contra turno. Firmou-se parceria com duas escolas municipais e, em planejamento de caráter contínuo, as crianças foram atendidas durante seis meses. A formação dos grupos não se baseou na faixa etária ou na série de matrícula. O principal critério foi o desenvolvimento de cada criança nos assuntos a serem trabalhados. Desse modo, estudantes não alfabetizados que, em alguns casos, não escreviam o próprio nome, foram reunidos na mesma turma. Trabalhou-se ao mesmo tempo com alunos do 2º, 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental. A maioria dessas crianças apresentou atraso no perfil pedagógico esperado para a idade e uma das razões é a condição de vulnerabilidade social que não permite às famílias o cuidado adequado, deixando-as negligenciadas. Foi preciso adotar abordagens sensíveis para garantir as oportunidades adequadas de aprendizagem e desenvolvimento. Priorizou-se o desenvolvimento emocional, fornecendo um ambiente seguro e acolhedor onde as crianças se sentiram valorizadas. Adicionalmente, verificou-se que trabalhar com grupos homogêneos em termos de habilidades pode trazer benefícios em determinados contextos educacionais. Os alunos atendidos não conseguiam acompanhar as atividades em suas turmas de origem. Já nos grupos de reforço, os tutores puderam adaptar o conteúdo e as estratégias de acordo com as necessidades das crianças, garantindo que nenhum aluno fosse deixado para trás ou sobrecarregado. Quando os estudantes foram capazes de realizar as tarefas solicitadas, se sentiram mais confiantes para contribuir com seus colegas, o que promoveu um ambiente de aprendizagem colaborativo. Adicionalmente, trabalhar com um grupo mais coeso permitiu a realização de atividades específicas, incluindo projetos e discussões, que foram adequadas às habilidades desse grupo em particular.