O Instituto dos Irmãos Maristas foi fundado na França, em 1817, por Marcelino Champagnat, que após ser ordenado padre, iniciou sua vida sacerdotal na paroquia de Lã Valla, onde reuniu seus dois primeiros discípulos, com o dever de preparar mestres cristãos, catequistas e educadores de jovens rapazes. Marcelino almejava educar crianças e jovens do campo, com o objetivo de manter a moral e os bons costumes, sendo a escola o espaço privilegiado para o desenvolvimento desta missão. No decorrer do tempo, os Maristas passaram a propagar sua missão pelo mundo e através de suas instituições de ensino, buscavam formar integralmente crianças, adolescentes e jovens. Narra a história, que Marcelino, certa vez, presenciou o método disciplinar dos castigos físicos em uma escola. A experiência, além, de lhe causar tristeza, serviu de exemplo, para que nunca a adotasse, contudo, ele era um defensor da disciplina, entendendo-a como um método enérgico e paternal. Portanto, o presente artigo tem por objetivo analisar o pensamento de Marcelino Champagnat acerca da disciplina no ambiente escolar. O estudo fundamenta-se em fontes documentais e bibliográficas que dialogam com os conceitos de escola, poder e disciplina, desenvolvidos por Pierre Bourdieu e Michel de Foucault, proporcionando um arcabouço teórico-metodológico. Esse trabalho, embora trate de um pensamento específico, vem contribuir com as reflexões em torno dos métodos disciplinares na história da educação.