Os marcadores sociais atuam na sociedade de maneira a rotular as diferenças entre os seres humanos, seja através da sua crença, etnia, cor da pele, idade, gênero e território. Produzem nos indivíduos os estereótipos, que os colocam em categorias hierarquizadas. Entre os grupos considerados de minorias sociais, temos a população negra, onde os corpos negros são estigmatizados, através da cor da pele, o cabelo crespo, formato do nariz, quadris, entre outros aspectos. O fenômeno do racismo é uma realidade que assola grande parte da população negra em nosso país. Os casos mais recorrentes são descritos principalmente no ambiente escolar, entre os jovens. A escola é por excelência espaço de socialização, mas também pode reproduzir diversos comportamentos racistas. Desse modo, visando uma compreensão crítica da realidade social em que estamos inseridos, este trabalho trata-se de uma pesquisa de dissertação de mestrado cujo objetivo foi analisar a autopercepção racial de jovens estudantes acerca dos marcadores sociais pertencentes a corporeidade negra, na Escola de Ensino Médio Maria Marina Soares, localizada no município de Guaraciaba do Norte–CE. A pesquisa foi realizada através do método qualitativo, com o uso de entrevistas semiestruturadas individuais e aplicação de questionário on-line, onde os(as) estudantes relataram suas vivências acerca do processo de construção da identidade e autocuidado do corpo negro. Mediante discussões teóricas que abordam, identidade, racismo, preconceito e transição capilar foi possível analisar que mesmo diante de um contexto histórico marcado pelos padrões de beleza reflexo da cultura eurocêntrica e do processo colonialista, esses jovens mantêm-se resistentes no processo de valorização da estética negra aspecto associado principalmente ao cabelo crespo/cacheado.