Neste estudo, objetivamos descrever as ações desenvolvidas com alunos do Ensino Médio de uma escola cidadã integral técnica em João Pessoa, Paraíba, a respeito da valorização da ciência, do fazer científico e da figura do cientista na nossa sociedade. A fim de desmistificar alguns estereótipos sobre a figura do cientista, abordamos a vertente da etnociência, que é a área que se concentra nos estudos dos conhecimentos tradicionais de grupos culturais específicos, numa tentativa de aproximar a ciência do cotidiano dos estudantes. No ensino de língua, exploramos a função da oralidade na manutenção de conhecimentos entre gerações, tendo em vista que, ao contrário da ciência moderna desenvolvida nas universidades, com as formas de registros que lhes são próprias, a etnociência se vale da língua falada para a perpetuação do conhecimento adquirido ao longo dos anos. Sobre isso, a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018) destaca que os alunos devem adquirir a habilidade de “compreender e posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação”. O projeto trouxe um avanço no conhecimento dos alunos ao integrar a etnociência na educação, estimulando interesse e pensamento crítico sobre tradições. Expandiu a compreensão cultural dos estudantes, promovendo a apreciação pela diversidade e diferentes perspectivas. Também aprimorou o multiletramento através da exploração de vários gêneros textuais, especialmente os orais, destacando seu papel na transmissão de saberes e na conservação do patrimônio cultural.