Partindo do pressuposto de que a alfabetização envolve a assimilação dos processos de leitura e escrita, contextualizados dentro das dimensões sociais e culturais da linguagem, este artigo, embasado na Teoria Histórico-Cultural e na Filosofia da Linguagem, e em diálogo com pensadores como Foucambert, Freinet e Bajard, visa apresentar os resultados da pesquisa de mestrado intitulada "Alfabetização Humanizadora: Vez e Voz às Crianças", que analisa os boletins do Núcleo de Alfabetização Humanizadora (NAHum). A pesquisa se propõe a investigar os Boletins do NAHum – Núcleo de Alfabetização Humanizadora, no período de 2020 a 2022. A alfabetização humanizadora contrasta com as abordagens oficiais de alfabetização, que frequentemente ensinam leitura e escrita de forma mecânica, desvinculada de seu contexto dialógico e discursivo. Nosso objetivo primordial é debater o conceito de alfabetização humanizadora e seus princípios, conforme disseminados nos boletins do (NAHum), que se contrapõem às abordagens baseadas em cartilhas ou métodos fonológicos e silábicos. Argumentamos a importância de desafiar esses modelos pedagógicos e enfatizamos a necessidade de promover, no ensino da língua portuguesa, estratégias que capacitem a emancipação dos aprendizes e a democratização da cultura por meio da escrita. Nosso objetivo é esclarecer os princípios orientadores da alfabetização humanizadora e advogar pela promoção de uma educação de alta qualidade para todos. Este estudo está alinhado com a busca por práticas de alfabetização que reconheçam a natureza complexa e contextualizada da linguagem, promovendo a participação ativa dos alunos na construção de significados por meio da leitura e escrita. Para isso, será abordada uma breve contextualização da fundação do (NAHum) e apresentada a análise dos conteúdos dos boletins que contribuem para a compreensão da Alfabetização Humanizadora, e da importância de assumir a compreensão da alfabetização intimamente ligada à sua função dialógica e social, representando um compromisso com uma educação mais inclusiva, equitativa e socialmente relevante.