A escolarização da população do campo não é apenas uma questão pedagógica; é também uma garantia de direitos, considerando que essa população teve sua educação negligenciada. Sua identidade e memória estão profundamente ligadas à luta pela terra, pelo fim da fome, pelo direito ao trabalho e ao cultivo, todos entrelaçados com a educação. A Pedagogia Histórico-Crítica, como orientação teórico-metodológica, destaca-se por sua ênfase na compreensão crítica da realidade social e histórica, buscando formas de intervenção educativa que promovam a transformação social. Nesse sentido, a formação continuada dos professores da EJA do campo sob essa perspectiva busca não apenas transmitir conhecimentos, mas também desenvolver uma consciência crítica e um compromisso com a emancipação dos educandos. Diante disto, nosso artigo busca tecer considerações quanto a formação contínua de professores da Educação de Jovens e Adultos do campo sob a ótica dos princípios da Pedagogia Histórico-Crítica, considerando-a como uma orientação teórico-metodológica. Para isso, fundamentamos nossa abordagem em autores como Caldart (2009), Caiado (2016), Gonçalves (2016), Molina (2015) e Saviani (2016). Nossos resultados destacam como a Pedagogia Histórico-Crítica pode influenciar significativamente a formação de professores da EJA no campo, promovendo uma prática pedagógica que reflita a realidade vivida no campo. Essa abordagem reconhece e valoriza o modo de vida e trabalho das comunidades camponesas, levando em conta suas identidades peculiares em todas as dimensões de sua existência e promoção.