No uso da Libras há uma mobilização de habilidades linguísticas específicas do domínio comunicativo e expressivo das línguas de natureza visual-espacial ainda pouco sistematizadas nas abordagens metodológicas para o ensino e a aprendizagem desse idioma. Rompendo com a tradição acadêmica que define competências com base nas línguas orais-auditivas, evidenciando os processos de ler, escrever, ouvir e falar, o ensino de Libras permite a compreensão de outras habilidades essenciais às interações dos sujeitos em diferentes âmbitos. É o caso, por exemplo, do que chamamos neste estudo de compreensão visual, habilidade relacionada à recepção, pela visão, da mensagem sinalizada. Partindo da noção de competências e habilidades relacionadas ao ensino e à aprendizagem de idiomas e das perspectivas teóricas sobre a modalidade das línguas de sinais (QUADROS; KARNOPP, 2004; LILLO-MARTIN, 2002), este trabalho objetiva realizar uma reflexão sobre o desenvolvimento da compreensão visual no contexto de ensino da Libras como Segunda Língua para alunos ouvintes. A provocação que o originou surgiu das experiências com as aulas do curso básico de Libras, ofertado pelo Instituto Ágora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em meio às quais foi possível observar a necessidade de uma metodologia mais atenta ao aprimoramento da habilidade linguística supracitada