Sabe-se que pessoas surdas adultas possuem dificuldades no que se refere à Língua Portuguesa nos seus diversos usos no dia a dia, bem como, possuem dificuldades com a Libras. Foi discutido que esses entraves ocorrem, sobretudo, porque historicamente houve uma fragilidade no percurso escolar. As crianças surdas têm contato tardiamente com a Libras e a Língua Portuguesa na modalidade escrita, pois, a maioria delas são nascidas em famílias de ouvintes e não possuem contato com outros surdos e são inseridas tardiamente na escola. Desta forma, as pessoas surdas crescem com prejuízos significativos de comunicação e no desempenho do letramento. Reconhece-se, no entanto, que a aquisição de uma língua é de suma importância para o desenvolvimento linguístico e de outros saberes. Nesse sentido, o presente trabalho relata minha experiência como professora intérprete de Libras na educação especial, especificamente no Ensino Fundamental menor numa escola pública municipal. Essa experiência foi materializada na disciplina “Prática Pedagógica V”, pois tive acesso às leituras sobre a prática pedagógica e Moores (1990), Leopot e Clerebaut (1996) que refletem sobre as categorias: intervenção precoce linguística, linguagem. As reflexões teóricas desses autores, serão atravessadas pela minha experiência docente o qual nomeamos como “relato de experiências”, contemplando a narrativa docente como (auto)biográficas, partindo do pressuposto que são construídas a partir da prática docente e das vivências na modalidade. Utilizaremos Ramos (1996) e Sousa (2012), como arcabouço metodológico de relatos de experiência. Para tanto, objetiva-se com este trabalho discutir a importância da intervenção precoce na infância de surdos na área da educação especificamente no campo linguístico e relatar as experiências docentes vivenciadas nessa perspectiva. Resultados: As crianças surdas atingem a fase escolar sem possuir uma língua sistematizada e isso se perpetua ao longo da vida em diversos âmbitos seja social, acadêmico e profissional. Conclui-se que, para a mudança dessa realidade é necessária uma detecção precoce da deficiência auditiva e consequentemente que haja uma intervenção educativa precoce junto às crianças com apoio pedagógico da escola e suporte familiar.