O trabalho discute sobre o movimento de constituição da Educação do Campo, destacando as lutas sociais vinculadas aos esforços do Movimento de Educação do Campo no Brasil. Aborda as relações do mundo do trabalho, especificamente o docente, analisando as construções ideológicas que se encontram na base de formação da Educação do Campo, em relação com a materialidade adquirida no processo de institucionalização e de implementação de estratégias político-pedagógicas que estão permanentemente tensionadas diante do objetivo de ampliar diálogos entre os saberes dos camponeses e conhecimentos universais que compõem o patrimônio histórico-cultural da humanidade. Assim, considera-se que o modo como os professores atuam em escolas do campo expressa uma perspectiva sobre o trabalho docente em aproximação ou distanciamento com os esforços empreendidos pelos movimentos sociais do Campo e ao mesmo tempo expressam disputas políticas, econômicas e culturais existentes na escola do campo e nas relações de trabalho no contexto capitalista. As reflexões partilhadas são desenvolvidas a partir de contribuições teóricas da abordagem dialética (GAMBOA, 2012), utilizando-se das pesquisas bibliográficas e da análise dos documentos produzidos pelos Movimentos de Educação do Campo.