Este estudo investiga a relação entre os serviços de mobilidade urbana e a permanência dos estudantes na Universidade Federal do ABC (UFABC). A pesquisa combina revisão bibliográfica sobre questões de mobilidade urbana com análise de documentos oficiais da UFABC, incluindo Relatórios de Gestão, o Projeto de Mobilidade e o Relatórios de Diagnóstico. Além disso, o trabalho conta com um levantamento de dados por meio da elaboração de entrevistas e questionários direcionados aos discentes de graduação, com foco principal nos matriculados no campus de São Bernardo do Campo. Assim como já identificado por Milton Santos em pesquisas sobre o tempo de deslocamento para trabalhadores da região metropolitana de São Paulo, os dados levantados nos questionários aplicados aos discentes podem apresentar a relação entre renda e tempo de deslocamento das residências para a universidade, o que reforça a necessidade do serviço de transporte fretado aos estudantes de baixa renda que ingressaram na UFABC por meio das ações afirmativas. Além disso, busca-se compreender o quanto os artigos 13 e 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que correspondem respectivamente ao direito a ir e vir e ao direito à educação, são limitados pelo fator renda. O referencial teórico-metodológico abrange conceitos de mobilidade, acessibilidade, transporte público e impacto na permanência acadêmica. Os resultados permitem compreender a relevância dos serviços de transporte fretado para a permanência dos estudantes, bem como a necessidade de políticas e investimentos que considerem essa dimensão. A compreensão desses fatores é fundamental para promover uma experiência acadêmica mais eficaz e inclusiva.