Atendendo a necessidade que a Educação Física (EF) tem em incorporar e acolher as diversidades corporais e de gênero na formação inicial de professores, o objetivo deste estudo foi compreender as experiências vividas e os saberes produzidos por um estudante em transição de gênero no curso de formação em EF da UFAL. Ele foi desenvolvido em formato autobiográfico, trazendo a narrativa da minha vivência enquanto homem Trans durante os sete anos dentro do curso de graduação em EF Licenciatura, a fim de trazer uma reflexão profunda sobre as violências e exclusões que sofri nos espaços educacionais e dentro do Instituto de Educação Física e Esporte (IEFE) da UFAL. Organizei as discussões daquilo que entendi como achados deste estudo nos seguintes tópicos: 1) Formação docente em Educação Física e Transgeneridade; em que problematizo o fato da não predominância, no curso de EF, da formação política dos professores, o que impacta diretamente nas relações sociais e culturais. 2) Transição de gênero e sociedade; no qual trago os aspectos da transição para além de mim, incluindo também as pessoas ao meu redor nesse processo de transição, e afirmo a importância da escuta ativa das histórias de vidas de pessoas Trans como fontes de informações e saberes. 3) Acessibilidade Sistêmica e Estrutural; tópico em que destaco a importância da construção de aulas e espaços seguros e acolhedores que permitam a inclusão efetiva de pessoas Trans dentro do curso de EF. 4) Identidade a partir da diáspora; temática na qual ressalto os saberes e a formação da minha identidade a partir das narrativas e vivências que tive durante minha graduação em EF. Compreendi como fundamental manifestar proposições em prol de imediatas revoluções sociais, educacionais e políticas como forma de tornar o mundo um lugar de direito de todas/os.