Este trabalho toma como base a pesquisa realizada no Mestrado em Educação (PPGE/UFMA), que objetivou a construção de diálogo com os saberes do cotidiano de mulheres Quilombolas Quebradeiras de coco babaçu, visando práticas de alfabetização dialógica. Para tanto, utiliza o método da Sociopoética (GAUTHIER, 2004; 2012; 2015), que permite a mobilização do corpo como fonte de conhecimentos, fazendo uso de técnicas artísticas de pesquisa e dialogicidade na interação entre a academia e a comunidade, permitindo uma socioanálise do cotidiano, a partir da aprendizagem intercultural, o reconhecimento e valorização das culturas populares e de suas lutas e resistência com Mulheres Quilombolas Quebradeiras de coco babaçu, valorizando o processo de estar presente na comunidade e de dialogar com o território de Laranjeiras. Na Sociopoética o termo “coleta de dados” é substituído por “construção de narrativas”, já que a base desse método está na produção de narrativas por meio de técnicas de incentivo ao diálogo em formato de oficina. Desse modo, a construção de narrativas se deu a partir de Oficinas Dialógicas Afrocentrada em Laranjeiras – ODALas, que consistiu na constituição de grupos-pesquisadores (com as mulheres da comunidade), realização de “círculos de cultura” (Paulo Freire) além da construção coletiva de Temas Geradores, Afrossaberes e Confetos a partir dos valores civilizatórios funcionando, também, como proposta de alfabetização dialógica. Evidenciamos, por meio dessas matrizes metodológicas (Paulo Freire e Jacques Gauthier) que os saberes do cotidiano das mulheres Quebradeiras de coco babaçu são afrossaberes tradicionais que emergem de valores civilizatórios afro-brasileiros presentes na comunidade e representam o fortalecimento da identidade do quilombo e das mulheres quebradeiras de coco babaçu.