RESUMO Este artigo analisa a obra "A Última Crônica" de Fernando Sabino sob a perspectiva da estética da recepção, explorando a interação entre texto e leitor. Através das teorias de Wolfgang Iser, Hans Robert Jauss e Umberto Eco, investiga-se como a obra é construída para provocar diferentes respostas e interpretações, criando um diálogo complexo entre autor e leitor. "A Última Crônica" é construída de forma a estimular a participação ativa do leitor na construção do significado. Sabino utiliza-se da ambiguidade e da polissemia, deixando lacunas no texto que o leitor é convidado a preencher com suas próprias experiências e conhecimentos. Essa abertura para interpretação é fundamental para a teoria de Iser, que argumenta que o texto literário só se completa na mente do leitor. Além disso, Sabino joga com as expectativas do leitor, subvertendo convenções narrativas e criando um efeito de surpresa e reflexão. Jauss enfatiza a importância do horizonte de expectativas do leitor na interpretação da obra, e em "A Última Crônica" o autor brinca com essas expectativas, levando o leitor a questionar suas próprias preconcepções. Por fim, Sabino utiliza da intertextualidade e da metalinguagem para ampliar o campo de significados, estimulando a reflexão sobre a própria natureza da escrita e da leitura. Eco argumenta que uma obra de arte é um sistema aberto, sujeito a múltiplas interpretações, e em "A Última Crônica" essa abertura é evidente, convidando o leitor a explorar diferentes camadas de significado e a participar ativamente da construção do sentido da obra. Desta forma, ao concluir pode-se perceber que "A Última Crônica" de Fernando Sabino é uma obra que desafia as convenções narrativas e convida o leitor a participar ativamente da construção do significado, criando um diálogo complexo entre autor e leitor que enriquece a experiência de leitura.