A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei no 13.146), e a Lei no 13.409, sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência em instituições federais de ensino, fomentaram, na última década, discussões e iniciativas acerca da Educação Especial voltada a pessoas com deficiências. No âmbito da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi criada em 2010, a Secretaria de Acessibilidade-UFC Inclui, que informa no seu último censo em 2022, um total de 418 matrículas contemplando alunos com deficiência, altas habilidades/superdotação e/ou Transtorno do Espectro Autista (TEA). As aulas práticas realizadas em laboratórios didáticos merecem especial atenção no que concerne à acessibilidade e inclusão desde a estrutura física, até os materiais didáticos utilizados, assegurando equidade para a aprendizagem sem prejuízos para estudantes com e sem deficiência. Nesse cenário, o Desenho Universal para Aprendizagem (DUA) apresenta-se como importante estratégia para otimizar o ensino e a aprendizagem para todas as pessoas. Sobre materiais didáticos mais inclusivos no ensino superior, questiona-se se manuais de aulas práticas com o conteúdo de Química Analítica, adotados na UFC, apresentam elementos que promovam a acessibilidade e inclusão. O presente trabalho objetivou analisar o manual de aulas práticas do componente curricular “Química Analítica Aplicada” adotado para os cursos de Biotecnologia, Engenharia de Alimentos e Engenharia de Pesca, e identificar a aderência do manual aos princípios do DUA. O manual analisado apresenta diferentes recursos do DUA e ademais, atende grande parte das orientações para elaboração de documento acessível com foco no formato digital. Os recursos do DUA que foram identificados podem ser ampliados a outras partes do documento, os recursos ausentes podem ser facilmente incorporados pela edição do documento original, como alteração do texto dos hiperlinks, adição de texto alternativo às imagens e a ampliação do glossário.