O feminismo tem permeado cada vez mais a experiência de mulheres jovens. Os conflitos e tensões nos últimos anos em torno das temáticas de gênero e sexualidade vêm acentuando as discussões em torno dos direitos das mulheres e a necessidade de uma luta coletiva em torno de pautas de reconhecimento social e redistribuição econômica. Este trabalho tem como objetivo analisar como os debates sobre o feminismo tem construído subjetividades femininas entre jovens mulheres escolares. Além de avaliar como os acionamentos das identidades de gênero e sexuais têm sido potentes nas experiências dessas jovens e na construção de seus entendimentos sobre si. A partir de uma revisão de literatura, realizada no catálogo de teses e dissertações da CAPES e na Biblioteca digital brasileira de teses e dissertações, tencionamos os conceitos de juventudes, feminismos e subjetividades. Amparamos as análises do material tanto na abordagem Foucaultiana, utilizando como ferramenta principal o conceito de subjetivação, como nos elementos teóricos metodológicos dos estudos feministas pós-estruturalistas, problematizando os conceitos de gênero, sexualidades e feminismos a partir de Judith Butler e Paul Preciado. Os resultados apontam para uma crescente abordagem interseccional nos estudos de gênero. Grande parte deles atesta como condicionantes de raça, classe e gênero têm sido centrais nas construções de subjetividades destas jovens. As mudanças culturais assimiladas por mulheres mais jovens quanto a liberdade sexual e direitos reprodutivos têm produzido experiências de resistência à heteronormatividade que se mostram potentes. Em contrapartida, observa-se o avanço de uma governamentalidade neoliberal cujos discursos e práticas primam pelo individualismo, autointeresse e a racionalidade econômica.