O projeto Reforço Solidário UFPE atende estudantes da rede pública em aulas de reforço pós-escola (afterschooling). Nesse projeto, discentes de diferentes licenciaturas da UFPE atuaram como tutores em aulas que ocorreram em duas escolas municipais parceiras. Os critérios de seleção utilizados pelas gestoras para definir o grupo de crianças a serem atendidas pelo projeto foram: atraso na alfabetização, dificuldades em habilidades matemáticas básicas e incapacidade de acompanhar a turma de origem nas atividades pedagógicas. Desse modo, crianças de turmas diferentes, incluindo 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental, formaram o grupo que recebeu as aulas de reforço, incluindo quatro horas de atividades por semana durante seis meses. Observou-se que, inicialmente, um número significativo de crianças se negou a participar das atividades. Quando questionadas e solicitadas a explicar o porquê, muitas delas justificavam com “não adianta”, “eu não sei fazer” ou “eu não consigo aprender”. Essa postura negativa as levava a um comportamento indisciplinado que atrapalhava os demais. Sabe-se que a autoestima desempenha um papel significativo na aprendizagem, influenciando a motivação, a persistência e o desempenho acadêmico dos estudantes. Ao reconhecer a importância da autoconfiança na aprendizagem, estratégias para promover um ambiente de aprendizado positivo e encorajador foram incluídas. Os tutores começaram aplicando para esses alunos atividades de reforço muito básicas. Optou-se por começar com exercícios em nível de pré-alfabetização com a apresentação das letras, números e formas. Dessa maneira, aos poucos, foi possível reverter a atitude pessimista desses alunos. Outras estratégias utilizadas para melhorar a autoconfiança foram o fornecimento contínuo de feedback construtivo e o estabelecimento de metas realistas. Com essas estratégias, alguns estudantes muito resistentes à participação no reforço e com comportamento bastante indisciplinado, ao poucos mostraram progresso e mais interesse nas atividades.