RESUMO Este trabalho teve por objetivo analisar como a formação de professores, pautada na epistemologia decolonial e os pressupostos de autonomia freiriano, contribuem para a (re)existência e resistência das culturas negadas na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para tanto, realizou-se uma investigação baseada no conceito de epistemologias decoloniais e nas contribuições de Paulo Freire, a partir da obra Pedagogia da Autonomia, com três pressupostos: “não há docência sem discência”, “ensinar não é transferir conhecimento” e “ensinar é uma especificidade humana”, enquanto marcadores possíveis para uma formação de professores intercultural na educação de jovens e adultos. Com isso, buscou-se evidenciar a discussão da relevância do “professor decolonial” enquanto articulador e (de)formador da EJA em ruptura com os silêncios e a invisibilidade das culturas negadas e verificar limites e possibilidades da formação continuada decolonial na EJA, compreendendo a modalidade a partir da necessidade de transformação e justiça social, ancorados aos referenciais teóricos de autores e de autoras como: Palermo (2014), Walsh (2014), Mignolo (2000), Dussel (2000), Quijano (2000), Freire (1987, 2001, 2020), Dantas (2017), Nóvoa (2009), Inbernóm (2011), Candau (2014), dentre outros que dialogam sobre a temática. A pesquisa é documental e de intervenção, de cunho qualitativo e de natureza aplicada e com a perspectiva, de que com os procedimentos metodológicos, investigar uma possibilidade de interlocução político-formativa entre coordenador-formador e professor.O trabalho foi realizado em uma escola pública na capital do estado da Bahia -, Salvador, com a perspectiva de questionar de que modo a formação de professores, pautada na epistemologia decolonial e nos pressupostos de autonomia de Paulo Freire, contribui para a (re)existência e resistência das culturas negadas na EJA.