A educação de surdos no Brasil caracteriza uma das principais discussões no que tange ao âmbito de educação inclusiva. Nesse sentido, apesar de presenciarmos, de fato, a presença de políticas públicas voltadas para a integração de surdos ao ambiente escolar, é preciso investigar, devidamente, se essa inclusão é efetivamente aplicada nas escolas, a fim de garantir o direito universal à educação concedido a todo cidadão. A partir dessa premissa, o objetivo geral desta pesquisa consiste em analisar aspectos do dia a dia escolar de diferentes surdos em escolas do ensino básico. Como metodologia empregada, escolheu-se o estudo de caso, definida por Triviños (1987) como uma metodologia de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa detalhadamente. Dito isso, para a coleta de dados qualitativos, realizou-se um estágio observatório em duas escolas no Agreste Pernambucano, em que houve o acompanhamento de dois alunos surdos e seus respectivos intérpretes. Após uma análise cautelosa, podemos ponderar a respeito da baixa difusão da língua brasileira de sinais (LIBRAS) nas escolas, o despreparo de determinados docentes para lidar com alunos surdos e as diferentes relações que indivíduos distintos têm com a surdez. Além disso, destacamos o ótimo índice de aprendizagem demonstrado por esses estudantes, o que podemos correlacionar com as suas habilidades na comunicação pela LIBRAS. Por fim, entendemos que os dados levantados nesta pesquisa não podem ser generalizados, pois assumimos que nem todas as escolas compartilham da mesma realidade das que foram elencadas neste estudo. Sendo assim, apontamos a necessidade de expandir práticas pedagógicas para o ensino de surdos, assim como democratizar o acesso à informação e à língua brasileira de sinais.