O objetivo desta pesquisa foi analisar a comercialização recente de serviços pedagógicos para a educação de crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Pensar esta temática se fez necessário, uma vez que é preciso trazer para análise crítica um aspecto diretamente ligado ao universo da educação inclusiva que é formulação de estratégias educativas por agentes não ligados ao chão da escola, o que tem implicações éticas significativas. A oferta desses serviços tem sido apresentada crescentemente, por isso coube questionar o porquê dos mesmos serem tão requisitados partindo de referenciais como Freitas (2018); Bauman (2008); Chul Han (2017). A pesquisa foi realizada na cidade de São Paulo a partir de entrevistas com 19 profissionais do Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão – CEFAI, entre coordenadores e Professores de Apoio e Acompanhamento à Inclusão - PAAIs pertencendo a seis Diretorias Regionais de Ensino por meio de entrevista semiestruturada realizada via Google Meet de maio e agosto de 2021. Assim como 6 professoras das Escolas Municipais de Educação Infantil - EMEIs da rede pública municipal de São Paulo, sendo 2 da Zona Sul, 3 da Zona Leste e 1 da Zona Norte a partir de entrevistas semiestruturadas que aconteceram de maio a agosto de 2022 via Google Meet e 4 famílias sendo 2 da Zona Leste, 1 da Zona Norte e 1 da Zona Sul no período de julho a outubro de 2022. As discussões realizadas contribuíram para defender a tese de que está se produzindo dentro da sala de aula um silenciamento pedagógico, uma vez que a presença de pessoas e produtos externos ao espaço escolar, estão representando um lugar à parte dentro da estrutura escolar, configurando um modo de atender crianças com TEA.