O presente artigo explora as experiências e desafios enfrentados por estudantxs transexuais do terceiro ano do ensino médio da escola pública Padre José Maria Biezinger, no Rio Grande do Norte. O estudo aborda a inclusão e visibilidade desses alunos no ambiente escolar, analisando como as políticas educacionais e práticas pedagógicas impactam suas vivências. A pesquisa tem como objetivo principal compreender as barreiras e oportunidades que alunxs trans encontram no sistema educacional brasileiro. Para alcançar esse objetivo, foram aplicados formulários eletrônicos a estudantxs trans do 3º ano do ensino médio, focando em suas percepções sobre inclusão, respeito e suporte recebido dentro da escola. Entre os principais achados, destaca-se que, embora haja um reconhecimento crescente da necessidade de inclusão da população trans em todos os espaços públicos e coletivos, muitos alunxs ainda enfrentam discriminação e preconceito no ambiente escolar. Os relatos dos estudantes apontam para uma série de fatores que legitimam esse quadro, como bullying e exclusão social, tanto por parte de colegas quanto de professores, o uso de banheiros, a ausência de conteúdo, eventos, oficinas, que abordem a diversidade de gênero nos currículos escolares e a falta de respeito pelo uso do nome social. Conclui-se que, apesar de as questões de gênero e sexualidade terem ganhado destaque em políticas e legislações, tanto na educação quanto em outros campos, estudantxs transexuais e travestis ainda enfrentam grandes desafios para concluir a educação básica obrigatória. Portanto, não basta apenas propor reflexões e trabalhar conceitos sobre diversidade nas escolas. É essencial investir na formação inicial e continuada de todo o corpo docente para assegurar um ambiente escolar verdadeiramente inclusivo e acolhedor.