O estudo apresentado faz parte da pesquisa conduzida durante o Estágio Pós-Doutoral no Programa de Pós-graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social da Faculdade de Educação da UFMG. Seu objetivo era identificar, sistematizar e analisar os Planos Pedagógicos Experimentais (PPEs) desenvolvidos no curso de aperfeiçoamento "Mineração, Rompimento e Revitalização da Bacia de Fundão: Desafios para Educação" no âmbito do Programa de Formação Continuada de Educadores da Rede Pública dos municípios atingidos, pelo rompimento da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, em 2015. Esse desastre, não apenas levantou questões ambientais, mas também trouxe desafios educacionais significativos para as comunidades afetadas. O curso foi organizado tendo como eixo transversal a mineração e o rompimento da barragem e como uma atividade central, a elaboração de um Plano Pedagógico Experimental (PPE) como atividade de conclusão. Os professores cursistas desenvolveram propostas educacionais que dialogam com os conceitos do curso e os conteúdos curriculares, focando nos desafios específicos enfrentados pelas escolas do campo nas áreas afetadas pelo desastre. A metodologia empregada foi documental e contou com a participação de 41 professores que atuam em escolas do campo atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão. A análise ancorou-se em Antunes-Rocha e Hunzicker (2022); Almeida (2021) e Antunes-Rocha et al (2018). A análise dos PPEs revelou um foco particular nos desafios específicos enfrentados pelas escolas do campo situadas nas áreas afetadas pelo rompimento. Como resultados preliminares destacam-se o foco em questões como preservação ambiental, recuperação de áreas degradadas, segurança e prevenção de desastres, além de aspectos sociais e econômicos relacionados à mineração. Assim, os PPEs não apenas responderam aos desafios impostos pelo rompimento da Barragem de Fundão, mas também apontam para um futuro educacional comprometido com o bem-estar coletivo.