O artigo propõe pensar o lugar da filosofia na escola como um lugar de fala. Na escola, especificamente na aula de filosofia escrever é filosofar, é o lugar por excelência, ato de rebeldia e ousadia onde os atravessamentos se materializam – sendo por meio das experiências que a escrita acontece. Escrever é uma das tantas experiências possíveis para, a partir delas, representar as filosofias e os lugares de fala. Colocamo-las no plural por convicção de que já não é mais possível, assim como nunca o foi colocar a filosofia nos cânones da singularidade, determinando os saberes que adentrariam a escola e os saberes que ficariam a margem, ocupando outros espaços. É possível filosofar com as pessoas que pensam diferente, com culturas plurais, de saberes plurais, sem reduzir ou excluir as pessoas, lugares e ou acontecimentos. A escrita, como lugar das tessituras filosóficas, aproxima os saberes, os povos, a raça humana e através dela podemos filosofar. O lugar de fala diante da vida que se tece na escola deve ser singular-plural, um espaço onde todos podem externar as inquietações para com a vida e o mundo da vida. Compreendemos que é possível experienciar o lugar quando ele está vinculado à ideia de acontecimentos e de experiências outras, e não como um experimento cientificizado. O lugar que buscamos apresentar, ainda que com inúmeras arestas, está vinculado ao que nos acontece quando a experiência nos toca. Utilizando como suporte teórico e metodológico a fenomenologia, a análise de conteúdo para categorização e organização dos dados, os estudos de Jorge Larrosa sobre a experiência e o conceito de Djamila Ribeiro sobre lugar de fala. E, Utilizando-se da escola de educação básica como espaço para realização da pesquisa de campo.