Este trabalho analisa ações realizadas em uma sala de aula construída e organizada com a intencionalidade de contribuir para a apropriação da leitura e da escrita por alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Fortaleza, da Escola Professora Francisco Maurício de Mattos Dourado. O objetivo é mostrar como a utilização do ambiente influencia a percepção que a criança, em fase inicial da escrita, está construindo sobre o uso dessa linguagem, ao criar a necessidade de compreensão da cultura escrita. A partir da teoria histórico-cultural, que entende a escrita como um instrumento cultural, pensamos em um espaço de construção de significados por meio de interações, onde a cultura escrita esteja presente na exposição de obras dos alunos, como produções textuais e experimentos coletivos, na disponibilização de livros literários que contextualizam os estudos e em textos diversos que compõem um espaço de contato constante com o que já foi estudado, além do uso de quadros de práticas diárias de organização do tempo e do espaço. Este estudo de caso baseia-se em abordagem qualitativa a partir de interações e produções dos alunos ao longo do ano letivo. Observamos que o contato contínuo dos alunos com suas criações, inseridos num ambiente onde vivenciam a cultura escrita, que se amplia e se modifica conforme vamos experienciando, faz com que se sintam valorizados, aumenta o engajamento e contribui para a construção da identidade, desenvolvendo um ambiente propício para a aprendizagem e apropriação da língua escrita.