Passados mais de vinte anos de promulgação da lei nº 10639/03 que institui como obrigatório o ensino de cultura e história afro-brasileira no currículo oficial de ensino das instituições públicas e particulares em âmbito nacional, muitas são as barreiras que impõem obstáculos para que essa implementação ocorra de fato, a principal base para os entraves na execução de práticas pedagógicas verdadeiramente antirracistas em âmbito nacional, dá-se pelo racismo estrutural que está ligado de forma intrínseca a todos os campos da sociedade, como coloca o intelectual Silvio Almeida na sua obra “Racismo Estrutural”. Desta forma, sendo a educação um campo fundamental para sociedade, torna-se o espaço mais assertivo para barrar a perpetuação do racismo estrutural. Este trabalho, inserido no campo da educação, tem como objetivo compreender como as práticas pedagógicas de professores dos anos iniciais do ensino fundamental no município de Caicó, localizado no interior do Rio Grande do Norte, estão atendendo ao que institui a lei. Utilizamos entrevistas semiestruturadas para coleta de dados, analisando-as por meio de uma abordagem qualitativa e quantitativa de natureza aplicada a fim de visualizar o que está sendo trabalhado acerca da temática neste recorte educacional. Temos como resultados uma carência na formação de professores, sobretudo no tocante ao letramento racial e a necessidade de consolidar esse trabalho nas escolas.