Nesta instigação, compartilho experiências construídas e analisadas ao longo de uma pesquisa formação, na qual se implica um caráter intervencionista por propor um processo formativo para professores. A proposta atuou com foco em questões que dialogam com a abordagem das relações étnico-raciais no ensino das artes, em uma perspectiva decolonial e intercultural, buscando condições e mecanismos para a inserção da temática e de decorrentes discussões dentro de um currículo já praticado em sala de aula. O processo formador foi organizado por meio de sequências didáticas, ao longo de 6 encontros semanais, acontecidos ao vivo via Google Meet. O recrutamento para participantes da pesquisa aconteceu mediante uma chamada pública via redes sociais, ocasionando na participação de 30 professores. O método, aqui, empregado é a pesquisa-formação na cibercultura a partir da perspectiva de Marie Christine Josso (2004). A investigação apresenta dados que buscaram responder a seguinte questão: Quais as contribuições de uma pesquisa-formação sobre as relações étnico-raciais, em uma perspectiva decolonial, para que docentes de Artes do Ensino fundamental trabalhem com essa temática? O objetivo geral do estudo é analisar as contribuições de uma formação continuada envolvendo as relações étnico-raciais para o desenvolvimento de práticas de descolonização do conhecimento e indícios de interculturalidade crítica no ensino das Artes. Constituem os objetivos específicos: 1) Compreender nos materiais e narrativas de docentes de Artes participantes de um processo formativo acerca das relações étnico-raciais indício s de uma pedagogia decolonial; 2) Identificar possibilidades para um ensino de Artes antirracista, intercultural e decolonial na prática das relações étnico-raciais no processo de formação de professores. O aporte teórico empregado nesta pesquisa são os estudos decoloniais e a interculturalidade crítica, de modo geral, os autores trabalhados são: Maria Cecília Minayo (2002), Christine Momberger (2006; 2012) Roberto Sidnei Macedo (2021), Cristine Walsh (2007) e Vera Candau (2011;2016).