Este artigo tem o objetivo de promover um debate acerca dos impactos do “Novo” Ensino Médio na educação brasileira, especialmente na vida dos jovens estudantes das escolas públicas. Por meio de revisão da literatura, tendo a BNCC como principal documento normativo, em conjunto com análises publicadas em periódicos que discutem esses impactos, produzimos reflexões em torno da seguinte questão: A quem serve as políticas do Estado brasileiro no que concerne à educação pública de qualidade? Na esteira das profundas transformações curriculares, seu texto alude à intenção de promover uma organização curricular mais atrativa, à pretensão de reduzir a evasão escolar, melhorando os resultados do Índice de desenvolvimento da Educação Básica, sobretudo dos alunos das escolas públicas. Mas, como? Se reforça a dualidade educacional, ao invés de arrefecê-la. Se autoriza os adultos, e em até certo ponto, o próprio Estado, a se isentarem da responsabilidade da formação das crianças e dos jovens, já que lhes imputa a responsabilidade de escolha. Se propõe uma educação técnica cada vez mais fragmentada, capitalista e orientada as demandas do mercado de trabalho. Com forte apelo neoliberal, a reforma foi elaborada com a colaboração de organizações da iniciativa privada, tais como, Fundação Santillana e Abrelivros, Itaú-Unibanco, Instituto Ayrton Senna, Insper,, Fundação Roberto Marinho, Instituto Natura, entre outras. Sem esgotar as possibilidades de análise dos abusos e finalidades desse projeto político de retrocesso educacional, é possível inferir que, embora as universidades públicas sejam os centros de pesquisa científica mais importantes do país, para o Estado, a iniciativa privada parece ter sido mais adequada para “corrigir” as falhas da educação brasileira, em detrimento de pesquisadores, estudiosos desse campo.