A presente proposta interventiva teve o intuito de promover o método da Comunicação Não Violenta (CNV) no ambiente escolar. A CNV caracteriza-se como uma abordagem que visa conectar os sujeitos e incentivá-los a se expressarem de maneira clara por meio de quatro elementos: I. a observação; II. a identificação e expressão de sentimentos; III. a expressão das necessidades; e IV. a realização de pedidos. Sabe-se que as escolas enfrentam desafios ao lidar com a violência, desde a prevenção e gestão de conflitos até o apoio emocional e psicológico aos estudantes, o que pode resultar em um ciclo vicioso de retaliações e confrontos. À vista disso, trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, realizada em uma escola da rede pública de ensino no Ceará. Participaram, ao todo, 30 estudantes do 9º ano, com idades entre 13 e 14 anos. Este projeto constou de três momentos-chave: 1. a observação institucional, 2. entrevistas semiestruturadas com estudantes e gestores, e 3. atividades interventivas. Vale ressaltar, que as entrevistas auxiliaram a direcionar as intervenções. Foram realizadas três atividades interventivas. No primeiro encontro, foram desenvolvidas oficinas de cartazes, que auxiliaram os estudantes na observação e identificação dos sentimentos. Na segunda intervenção, os alunos foram incentivados a reconhecer os padrões de linguagem que podem ser agressivos ou prejudiciais para um espaço empático, e na terceira intervenção, foi realizado um caminho do acolhimento, desenvolvido com base nas necessidades identificadas na intervenção anterior. Nesse sentido, para que o ambiente escolar possa agir como meio preventivo, ele precisa ser fundamentalmente humano e caloroso. A partir das intervenções, foi possível observar o quanto a comunicação violenta está disseminada no ambiente escolar, seja na relação aluno-professor ou no convívio da turma. Cabe destacar que esses espaços de diálogo fomentam o fortalecimento de vínculos e o aprimoramento de uma melhor convivência escolar.